O período de inserção na creche significa o período de transição entre o convívio criança - pais e criança - educadores. Este período é importante para que os bebês e as crianças possam fazer a transição entre um processo e outro. Poderá ser um processo, saudável ou crítico para a criança e para os pais.
Os bebês e as crianças acostumados à presença das pessoas que amam e que são muito importantes na vida deles, terão neste momento que vivenciar uma realidade bem diferente. Terão que dividir o relacionamento família, com os educadores da creche. Ficarão um longo período do dia num outro ambiente, diferente do familiar a que estão acostumadas, para estarem com outras pessoas, com outras normas, horários e rotinas. Diferente do ambiente doméstico, onde lhes é permitido fazer o que desejarem. Agora terão que cumprir as atividades de rotina pré-estabelecidas para sua vivência e convivência na creche.
Devemos lembrar que cada bebê e cada criança possui uma identidade . Cada um mostrará a forma pessoal de lidar com esta nova situação.
Fatores que determinam uma inserção mais breve ou mais longa dependerão da história familiar e do jeito de ser de cada bebê ou criança.
Alguns choram nos primeiros dias e depois ficam bem; outros ficam “doentinhos” (fazem febre, diarréia, provocam vômitos, etc.); outros ainda ficam mais “agressivos” (começam a morder, a bater, a empurrar, a chutar, etc.). Todas essas reações são formas que os bebês e as crianças utilizam para evitarem esse novo processo em suas vidas. Tentam convencer a família a deixá-los em casa, próximos das figuras de afeto e amor.
Os bebês e as crianças utilizam essas táticas para mostrar que não estão conseguindo aceitar a frustração: de ficarem longe da família, de terem que aprender a conviver com pessoas diferentes e estranhas para eles, de entender que precisarão respeitar normas e rotinas, de aprender a dividir a atenção da educadora com o colega, ou de dividir objetos, brinquedos com os colegas, e dar início ao processo de socialização.
Devemos levar em consideração neste processo alguns pontos fundamentais:
· os pais devem ter consciência de que as reações que os bebês e as crianças apresentam (as mais diversas), têm a ver com dificuldades da próprio bebê ou criança em aceitar frustrações, em aceitar perdas.
· os pais devem perceber que cada bebê, cada criança tem um ritmo diferente para entender a tal frustração – que pode variar de um dia a alguns meses .
· A postura que os pais vão ter frente à inserção do filho faz toda a diferença. Pais inseguros, cheios de dúvidas, vão passar de alguma maneira suas ansiedades para seus filhos.
· Alguns pais se assustam com as reações que o filho faz e não entendem que elas fazem parte do processo natural de inserção e acabam deixando o filho mais nervoso.
· Os pais e a família tem papel importante na inserção dos filhos.
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